Por Alessandra Montini, editado por André Lucena
Inteligência artificial, big data, machine learning e cloud computing estão entre as principais adoções das empresas depois de um período intenso de pandemia. Não dá para viver em uma era tecnológica como se estivesse no passado. E digo mais: você já parou para pensar no que é ser um profissional em tempos de transformação digital?
Se a resposta é atualizar os estudos, posso dizer que essa alternativa está certa também, mas não é somente isso. Este quesito é apenas o básico. Os olhos dos recrutadores agora brilham quando percebem um profissional menos máquina e com características mais humanas.
Segundo o Relatório “Futuro dos Empregos” do World Economic Forum, que mapeia os empregos e as habilidades do futuro, o autogerenciamento, a resiliência, a tolerância ao estresse, o pensamento crítico e a capacidade de resolução de problemas estão no topo das prioridades que os profissionais precisarão ter para conseguir uma vaga em qualquer área.
Com a transformação digital que já vinha acontecendo e se intensificou nos dois últimos anos, nós adquirimos uma nova forma de trabalhar. Aprendemos a gerir melhor o nosso tempo, a colaborar à distância e a investir em aprendizado constante.
O fato é que nosso conhecimento adquirido até agora não nos preparou para essa nova realidade. Mas se queremos continuar competitivos, ter bom emprego e uma boa recolocação na carreira é imprescindível que comecemos a rever nossas habilidades e competências. São essas características que vão nos guiar para o mercado do futuro.
Ainda, de acordo com o relatório citado inicialmente, metade de todos os trabalhadores do mundo vai precisar de requalificação até 2025, já que as empresas necessitarão de muito mais para sobreviver, como competências técnicas, programação e experiência de usuário, habilidades socioemocionais, criatividade, liderança, pensamento analítico e inteligência emocional.
Menos máquinas, mais humanos
Diferente do que mostra alguns filmes de ficção científica, onde as máquinas substituem totalmente os humanos, na realidade é bem diferente. Os humanos são cada vez mais necessários, relevantes e insubstituíveis no mercado de trabalho. Entretanto, a tecnologia e a automação surgem para beneficiar a população como um todo, o que gera o fim de algumas profissões.
Uma pesquisa feita pelo Laboratório de Aprendizado de Máquina em Finanças e Organizações da Universidade de Brasília (UnB) mostra que as profissões de assistente administrativo, auxiliar de escritório, vendedor de comércio varejista, faxineiro, motorista de caminhão, alimentador de linha de produção, operador de caixa, professor de nível médio e fundamental, vigilante e servente de obras estão prestes a desaparecerem.
Este é um fenômeno que sempre aconteceu e continuará acontecendo enquanto vivermos em sociedade. Mas novas profissões também são criadas a partir da extinção de algumas.
Ben Pring, pesquisador da multinacional de tecnologia Cognizant e futurologista do mercado de trabalho, editou uma lista com 21 trabalhos do futuro. Todas são ligadas a tecnologia e tem desde alfaiate digital, Analista de Cidades Cibernéticas, investigador de dados, facilitador de TI e até consultor fitness.
Isso deixa claro que profissões muito mais tecnológicas estão surgindo e precisamos estar preparados para tudo o que está por vir, aperfeiçoando e adquirindo novas habilidades.
Minha previsão é que dessa forma teremos um mercado de trabalho muito melhor, com máquinas que vão auxiliar e desburocratizar diversas áreas, facilitando todo o processo e com as habilidades humanas sempre sobressaindo.
*Alessandra Montini é diretora do LabData, da FIA
Fonte: Olhar Digital