Diretor de Arte - Lano Andrade

A direção de arte na era da informática

Matéria publicada pelo Diário do Nordeste em: 5 de julho de 1992

Ele é um dos grandes profissionais da propaganda cearense. Piauiense de nascimento veio para o Ceará ainda criança. Começou sua carreira publicitária em 1977 na Culumma Comunicação, dai para a extinta Publicinorte. Trabalhou nas grandes agências do Pará e Ceará. Em 1989 gerenciou o departamento de Marketing da Granja Regina onde foi um dos responsáveis pelo lançamento da Franquia Regina. Lá teve suas primeiras experiências com a computação “quando nem as agências pensavam em usar, eu já trabalhava com o Corel Draw e Ventura. Hoje tão famosos”. Participou de diversos cursos e seminários nas áreas da Indústria, Publicidade, Fotografia, Marketing Político, Propaganda Eleitoral e Computação. Mas deixa claro que “os cursos fazem a hora, o dia a dia faz acontecer”.

Herculano Andrade mais conhecido como “Lano” no meio publicitário, já ganhou muitos prêmios nos quais se destaca o Símbolo Comemorativo dos 25 anos da Comédia Cearense, o logotipo para o Sindicato dos Bancários, Kart Clube do Pará o logotipo para a página Layout e junto com Silvanildo, seu dupla de criação a marca Bonamesa que faturou um prêmio na Espanha de melhor marca para alimentício. É o único diretor de arte no mercado publicitário cearense que domina com maestria os traços no computador mas diz que ainda é muito íntimo da prancheta e dos pincéis

“Sabe como é, a primeira prancheta a gente nunca esquece”.

Hoje o “lano” integra a equipe de criação da SG Publicidade, onde recebeu a equipe de Grandes Profissionais para esta entrevista.

GP – Muitos diretores de arte ainda resistem a ideia de criar no computador. Você já ultrapassou esta resistência, como vê a relação entre direção de arte e computação?

Herculano – Bom, na verdade eles não resistem. O que existe é um certo receio pelo desconhecido do tipo não conheço não gosto. Outra coisa importante com relação a isso é a necessidade de acompanhara a evolução da tecnologia moderna. Foi o meu caso. Parti em busca do novo, de me aperfeiçoar cada vez mais e acompanhar todo o processo de modernização em que passa a criação e o desenho publicitário.

GP – Qual a principal diferença entre criar na prancheta e criar no computador?

Herculano – O processo criativo ainda se mantém o mesmo. Não há diferença. O que há na verdade é a resposta visual imediata da ideia imaginada. Isso quer dizer, ao nível de traço, cor e formato geral. O layout é visto com mais rapidez. Não há uma grande demora de se ver o que se imaginou porque tudo é feito dentro da SG sem a necessidade de pedir composição a terceiros que muito das vezes é demorado. A gente tem o controle de todo o processo de execução, do começo passando pela aprovação do cliente e dai a finalização. |||Isso tudo era muito impraticável ou muito trabalhoso antes do computador e suas façanhas. Outro detalhe é a limpeza do trabalho. No computador a gente tem mais condições de ver outros formatos para a ideia original com mais rapidez, ou seja você pode testar vários layouts até se chegar a solução ideal.

GP – Essa tecnologia indica o fim do uso da prancheta na direção de arte?

Herculano – Não é o fim da prancheta. O que está acontecendo é a adequação a uma nova prancheta, mais limpa mais prestativa, mais dinâmica que é a tela do computador. Diga-se de passagem; é uma boa troca já que colar, cortar, mudar, testar, montar, jogar cor, tudo isso ficou muito mais fácil, mais a mão no mouse.
Obs. – Mouse é um dispositivo apontador de mão com um ou mais botões para controlar objetos na tela.

GP – A presença do computador modifica em alguma coisa a parceria entre o redator e o diretor de arte?

Herculano – Modifica porque soma. O homem de arte que trabalha com o computador já há muito acabou com a tal dupla. Hoje somos um trio. O redator o diretor de arte e o computador. Sem contar com a finalização que é feita em tempo hábil pelo homem de arte no computador deixando para o estúdio apenas o past-up.

GP – Como é trabalhar na SG Publicidade com toda esta infra-estrutura moderna, informatizada. A seu ver o que isto traz de bom para a propaganda cearense?

Herculano – Bom, a minha vinda para a SG se deu exatamente por causa desta proposta de inovação e modernização, de estar a frente, de topar o desafio do novo. A agência está se preocupando em estar na frente. E está. Hoje o que temos dentro de casa é o que há de mais moderno lá fora. Tudo isso se deve a uma visão de vanguarda do Assis Santos. Para não perder o bonde da tecnologia ele está sempre em busca do melhor.

Quando a SG se moderniza, não só a nível de informática mas principalmente de profissionais, a propaganda cearense ganha com isto. Tudo isto implica em resultados positivos para os clientes. São campanhas criativas bem produzidas em tempo hábil e a custos menores, isso é muito bom.

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