Carta de renúncia de Jack Dorsey, CEO do Twitter, revela uma dura verdade sobre liderança

  • Redação

Empresário afirmou que as empresas nem sempre devem ser comandadas por seus fundadores – uma lição que muitos gestores têm dificuldade de aprender

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Ao renunciar ao cargo de CEO do Twitter, Jack Dorsey, um dos fundadores da plataforma, enviou um e-mail aos funcionários anunciando sua decisão. Ele foi substituído pelo CTO da empresa, Parag Agrawal, que está na companhia desde 2011. O anúncio também foi publicado em seu próprio perfil na rede social, onde explicou os motivos de ter escolhido deixar o cargo.

“Depois de quase 16 anos exercendo uma função em nossa empresa decidi que finalmente é hora de ir embora. Por que? Fala-se muito sobre a importância de uma empresa ser liderada por um fundador. Em última análise, acredito que isso é uma limitação severa e um único ponto de falha”, escreveu o empreendedor.

Para Jason Aten, colunista do Inc, a carta de demissão de Dorsey revela uma dura verdade sobre liderança que a maioria das pessoas nunca aprende. Abrir mão do controle é um desafio que todo fundador enfrenta. O problema, ele diz, é que a maioria dos fundadores não está disposta a entregar as rédeas a alguém mais capaz de liderar.

Na maioria dos casos, o que faz um grande empreendedor é diferente do que é necessário para administrar uma empresa grande e madura, explica o colunista. Ou seja, fundar uma empresa requer ter ideias malucas, assumir riscos e colocar toda a sua energia e paixão em algo que pode nunca funcionar.

“O problema é que, depois de fazer isso, é muito difícil ser objetivo sobre o que você construiu”, afirma Aten. “É ainda mais difícil deixar ir quando você expandiu algo para além do que você é capaz de liderar. Às vezes, porém, o que sua empresa mais precisa é que você saia do caminho.”

Ele faz uma comparação com Mark Zuckerberg, fundador do Facebook. “Não sou o único que argumentou que o maior problema do Facebook não é conteúdo divisionista, discurso de ódio ou desinformação”, diz Aten, que acredita que o problema é o seu criador. “Além de exercer controle total sobre a direção da empresa, Zuckerberg também não consegue ver a empresa como ela realmente é — levando-o a tomar decisões que têm consequências no mundo real.”

Pode ser difícil, mas, em sua visão, saber a hora de sair de sua própria empresa é uma lição importante para todo líder.

Imagem destacada: Jack Dorsey, um dos fundadores do Twitter, pediu demissão (Foto: Joe Raedle/Getty Images)

Fonte: PEGN

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