Gal Barradas Publicitária e empreendedora
A marca pode não só melhorar experiências atuais, mas criar novos produtos e serviços, portanto, monetizáveis
Numa era de revisão de conceitos, o conceito moderno para marketing é “ir ao mercado disputar atenção”. Assim, podemos dizer que hoje tudo é marketing. E considerando que a adoção de plataformas digitais hoje é uma regra para os negócios de quaisquer segmentos, podemos também dizer que tudo é tecnologia.
E assim fintechs, healthtechs, edutechs, legaltechs, insurtechs estão reorganizando segmentos inteiros. Neste contexto, as martechs têm a missão de contribuir para a aceleração de negócios e marcas que estão no nosso dia a dia.
As pessoas usam a tecnologia para expandir suas experiências no mundo real o tempo todo. Assim como navegam pelas plataformas digitais, navegam pela vida, tendo à mão o seu controle remoto universal – o celular – para qualquer atividade: comunicação, informação, diversão, serviços, compras ou renda. Se a gente pensar que, desde o início da pandemia, mais 11,4 milhões de brasileiros passaram a recorrer a apps como oportunidades de trabalho (Locomotiva, Estadão abr/2021), estamos falando de 20% da população adulta do Brasil que depende desta tecnologia para sobreviver.
Ou seja, um cenário de aceleração das próprias pessoas, oferecendo mais competitividade ao mercado como um todo.
Com a queda das barreiras de produção, largo acesso a informação, novas possibilidades de experimentação e uma enorme disputa por atenção; nenhuma liderança está garantida. Neste sentido, temos que entender que Retenção também é Conversão. Manter um cliente na base e fidelizá-lo é encarar a disputa permanente entre a propensão de compra do nosso produto e o da concorrência, ou a propensão de compra versus o atrito na experiência na nossa própria plataforma.
Em artigo recente, defendi que as marcas não devem se contentar apenas com grandes investimentos em mídia para chamar a atenção das audiências e fluxo para suas plataformas. O tempo passou e com a iminente extinção dos cookies já anunciada pelas grandes empresas de tecnologia e mídia, esta visão torna-se ainda mais concreta.
Conhecer o que mobiliza seu consumidor ou consumidora é muito mais efetivo do que apenas ficar mandando pop-ups sem saber se é a hora certa para falar sobre tal coisa para ela. Não se iluda: sob a ótica de canais e engajamento, investir apenas em mídia digital (ainda que bastante) e ter um bom CRM já é um bom passo, mas longe da possibilidade de uma estratégia diferenciada e exponencial de resultados. Estamos falando aqui de KPIs de negócios (não de KPIs de mídia). Não por acaso, LTV, CRO e CAC estão entre as siglas mais mencionadas nas reuniões hoje.
Tenho participado de cases em que o uso de algoritmos de I.A. e machine learning têm trazido resultados muito superiores aos modelos digitais tradicionais. Em todas as etapas – diagnóstico, estratégia, ideação, desenvolvimento de soluções – há um tipo de tecnologia que pode acelerar correlações, entender o dinamismo das jornadas de um perfil, inspirar ou direcionar soluções de curto, médio e longo prazos.
Mas, atenção: não adianta otimizar nada, se a percepção da marca é ruim!
A marca pode não só melhorar experiências atuais, mas criar novos produtos e serviços, portanto, monetizáveis. Não é só a marca/empresa que ganha com isso. As pessoas também, porque são atendidas nas suas necessidade e expectativas. Fazemos com que o tempo delas com a nossa marca valha a pena.
Por fim: notaram quantas vezes eu mencionei a palavra “pessoas” neste artigo? Nós – pessoas – continuamos sendo o centro de tudo. Afinal, os dados aferidos representam as reações de pessoas.
*Crédito da foto no topo: pexels-francesco-ungaro-281260
Fonte: Meio&Mensagem